sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Tetro

O mais recente filme de Francis Ford Coppola está entre os melhores filmes de 2010. O preto e branco, a fotografia esplêndida, o clima noir somados as fortíssimas atuações de Vincent Galo e Maribel Verdú tornam o filme uma surpresa muito agradável, dentre tudo que temos visto nos cinemas ultimamente e até mesmo se considerarmos a cinematografia mais recente de Coppola (Drácula e Poderoso Chefão).
Talvez não esperássemos uma obra como essa, um filme pouco previsível que trata das relações familiares de modo totalmente inusitado, com foco nos pais e filhos ou melhor, nas impressões e memórias dos filhos em relação aos seus pais. Bastante freudiano o que considero uma qualidade a mais pois atribui densidade à história. Além disso, o humor e a ironia presentes do começo ao fim envolvem o espectador na trama. Muito bonita a relação entre Tetro e sua namorada Miranda que está excelente no papel. Ela parece compreender perfeitamente a dor existencial de Tetro e assume uma postura tranqüila e ao mesmo tempo fundamental que oferece um espécie de ‘contenção’ tão necessária para ele. Vincent Galo nasceu para esse papel, sua expressão impressiona por traduzir tão completamente o estado psicológico do personagem. Seria injusto não citar Bennie (Alden Ehreinreich) que também interpreta com delicadeza e eficácia seu papel (a razão de existir do filme).

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