quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Uma Viagem Musical – Rumo à Cumuruxatiba, Guaiú, Joaíma e Jequitinhonha


Tivemos sorte, céu azul, dia bonito, uma longa estrada pela frente, banhada de boa música, nossa linda trilha sonora feita de jazz, bossa nova, rock, MPB sem fim e os queridos amigos, que nos ajudam a viver... Assim partimos, os cinco, de carro, com a cara e a coragem, bagageiro lotado, alguns volumes no colo, sim, eu disse nós cinco, num veículo popular que me fez lembrar o ‘coração de mãe’ onde sempre cabe mais um!

Enfim, o trajeto quase infinito rendeu boas risadas, piadas, contação de histórias e causos inusitados, inventados e verdadeiros pra ajudar a passar o tempo e o longo caminho pela frente.

Decidimos por poucas paradas pra descansar um pouquinho, não muito, queríamos chegar logo, férias é assim, ansiedade, alegria e muita farra... Mas estávamos só no começo, muito chão pra rodar, estávamos apenas começando.

Seguimos até à noite e enfrentamos com coragem a busca incansável por hotéis bons e baratos. Empreitada difícil pra quem já não agüentava mais ficar sentada no banco de trás de um automóvel pequeno, acompanhada de mais duas pessoas, queridas sim, sem dúvida, mas que dividiam comigo o exíguo espaço.

Finalmente a cerveja bem gelada, tão desejada e merecida, no barzinho, no posto de gasolina, onde fosse possível. Agora dormir, esticar o corpo exausto, tomar o gostoso café da manhã e mais estrada, mas agora renovados, alegres e dispostos.
O céu mais azul e outras novas paisagens, já estávamos bem longe de São Paulo, nota-se facilmente. Começam a surgir as lindas montanhas e vamos animados rumo à Cumuruxatiba.

Chegamos na bonita Pousada Cantoria, cheia de flores e cores, ao som da música encantada de Elomar pelo violão cristalino do amigo carinhoso que nos recebe com cachaça boa e pão integral feito especialmente para comemorar nosso encontro. Lembrei do que disse o profetinha ‘Gentileza gera gentileza’.
Mais céu azul e nuvens poderosas que fotografei à exaustão, eu não me lembro de ter olhado para o céu com tanto interesse e paixão... Descobri que amo as nuvens, elas são mágicas, fortes, misteriosas e nunca são as mesmas... Mudam a cada instante, de forma e cor, acho que não as conhecia...

Sol, areia, mar e flores. Beleza pura, num bar de tendas brancas que se transformavam com a luz do lugar, fotografamos, convivemos intensamente, celebramos a amizade com cerveja dourada, cachaça mineira, bons papos e boa música de encher os ouvidos de sons e poesia.


E conhecemos a casa misteriosa, abandonada na areia branca, feita de pedras e conchas do mar, que me fez imaginar um velho marinheiro solitário e louco.

Eis que nasceu a Lis, a pequena netinha, mais uma menina bonita, laço de fita, emocionou a todos e principalmente o vovô que foi obrigado a comemorar e deixar a choro rolar, pois o milagre da vida é assim!

Emoção e mais estrada!!!

A direção agora é Guaiú - onde os amigos novos e antigos aguardam ansiosos nossa chegada com mais música, cachaça, presentes e amizade verdadeira.
Nossos queridos Lara e Valdir mais um bebê a caminho...O Pitoquinho. Bete e Rubão, finalmente conhecê-los, que surpresa boa. Que gente especial!

Uma casa tão bonita, com flores, coqueiros, quintal e luz por todo o canto. A cerâmica da artesã é pura criação e arte, encanta e captura o olhar. O violão que é magia, a música sagrada tão bonita de ouvir e cantar.


Entre comidinhas especiais, risadas e cachaça, a noite chega e com ela os grilos, a lua, as estrelas, o céu claro. Vamos até a pousada D’Ajuda, ao som do forró enlouquecido que grita e alegra toda a gente.


Agora é só dormir, que a manhã já chega. Praia, céu azul, mar e nuvens, cheias, fofas, de contorno forte, quase caindo em nossas cabeças. Fotografias mil!

Mais música, cantoria, violão e cerveja noite adentro. Todos nós rumo à Jequitinhonha, mas que terra é essa? Fomos ao encontro do desconhecido, alegres.
Chegamos ao Festivale, as equipes finalizando os preparativos. Bandeirinhas nas ruas, singeleza. Festa para o povo se divertir e dançar. Música, Música e Música. Sentamos para apreciar a cidade em movimento, o rio tão bonito e inspirador...

Depois, fomos para Joaíma, tenho dificuldade de pronunciar seu nome, porque será?

Chegamos à casa da vovó, puro aconchego. Todos juntos, amizade crescendo, pura festa.
Joaíma, terra onde a Lara cresceu – fotografias sem fim, mil histórias e lendas – mais beleza, flores, sol e céu. Comidinhas mais do que especiais, cerveja e cachaça, boas risadas sem fim e sempre e mais...

Sob o céu de Jequi, foi lá que conheci o céu mais azul, as nuvens mais lindas e poderosas, que não deixavam muito espaço entre nossas cabeças e o céu, que se derramava azul e docemente sobre nós, sobre as montanhas e o rio generoso e fluido.
Artistas, artesanato, músicos, poesia, literatura, sons, Jóias da Terra, encantamento, delicadeza, inúmeros personagens de Jequitinhonha, Minas Gerais.

Dançar, cantar, ouvir, beber, confraternizar, aprender, rever valores, entrar em contato estreito com as coisas simples da vida, aquilo que realmente tem valor, e que levaremos pra sempre no coração... Uma viagem pode abrir novos possibilidades de ser e estar no ‘mundão véio sem porteira’.


E no caminho da roça, além de inúmeras porteiras, encontramos as vacas, a estrada de terra, as flores, os galos e quintais, apreciamos o queijo, o pão integral e o vinho, puro sabor e emoção. Reconhecemos a alegria de poder construir juntos e partilhar. Tomamos um banho num rio límpido, feito de generosidade, caráter e sensibilidade, por pessoas muito especiais que com certeza queremos e precisamos ter por perto, eternamente no coração.


Hora difícil essa de voltar! Despedida. Deixar os agora velhos amigos queridos com quem aprendemos a ser melhores e olhar de outro jeito a vida.

Pegar a estrada de volta, outros céus, outros rumos, os mesmos bons amigos, conversas sem fim, música escolhida a dedo, mais risadas, paradas pra descansar e o forte sentimento de por um momento ter me transportado para um outro mundo, melhor, cheio de luz, alegria e amizades sinceras!

Todos Nós!