A
ideia de ir para a Flip em Paraty e ficar hospedado em Trindade exige coragem.
Basicamente por dois motivos, o primeiro é que ao acordar em Trindade, num dia
ensolarado, frente a um mar azul, pedras imponentes e montanhas da Serra da
Bocaina, muito verdes e esplendorosas ao redor, a dúvida é cruel...ou seja,
festa literária, coisa nenhuma!
Mas,
considerando a coragem acima mencionada, supondo que o sujeito decida mesmo se
manter firme no seu propósito de ir à Flip, isso significa pegar um ônibus de
linha que levará 40 minutos para chegar até Paraty.
Mas
isso não é nada, afinal, todo paulistano está super acostumado a enfrentar
muito mais que 40 minutos nos transportes coletivos, então, estando em férias,
isso pode ser completamente tranquilo, afinal, a paisagem de Trindade em nada
se compara ao que vemos por aqui, da janela do busão.
Meus
amigos, deixemos de enrolação, o que pega mesmo é a estrada, estreitíssima,
sinuosa ao extremo, quase como uma montanha russa (guardando as devidas
proporções). Eu que não dirijo, reparei que o motorista andou uns 20 minutos
com o pé no freio, pois a impressão é que se não fosse assim, o veículo
despencaria barranco abaixo.
E
tem mais, na ida, o sol continuava radiante, iluminando as lindas montanhas e
íamos apreensivos, mas felizes, já não se pode dizer o mesmo da volta, que era
sempre por volta das 23h (horário do último ônibus), ou seja, puro breu, breu
total... Não era possível enxergar nada, nem um palmo à frente do nariz, então
apenas sentíamos na boca do estômago cada curva sinuosa e o constante barulho
do freio.
Ah!
não acabou, pois o mais interessante é que assim que o último ônibus saía da
rodoviária, as luzes de dentro do ônibus se apagavam... Uma loucura, não
conseguimos entender... Nesse momento não víamos realmente mais nada, nem quem
estava do nosso lado...
Íamos
praticamente sós, com nossos pensamentos e porquê não dizer, nossa fé, de que
íamos chegar inteiros ao lindo destino, da adorável e santíssima Trindade nossa
de cada dia!!!
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