Há um ano e sete meses
ando às voltas com a série HiperReal composta por 52 episódios sobre culturas
juvenis, um tema que me é bastante caro. Primeiro, a tarefa de assistir
os 52 programas,
depois escrever sinopses e mais ‘mil’ resumos estendidos de cada filme, para
deixá-los bem vivos na memória e principalmente para compartilhar com aqueles
que ainda não assistiram. Depois disso, repetidas leituras de textos que ajudem
a articular todo esse extenso e tão denso conteúdo.
Alguém já disse, que a gente se apaixona pelo objeto de estudo,
acredito que não daria pra ser de outra forma, claro! Não foi diferente comigo,
ainda bem....
Paixão sim, mas uma
paixão completamente inquieta, cheia de dúvidas, incompreensões e alguns
insights aqui e acolá... Fiquei pensando nesses processos de aproximação e
distanciamentos que vivemos em relação a esses objetos de amor que tomamos nas
mãos.
A obra de Kiko Goifman
me acompanha há algum tempo, ou melhor dizendo, eu escolhi acompanhar sua obra mais de perto...e vivem povoando meus
pensamentos, minhas conversas e atualmente minhas percepções sobre juventudes.
A série me ajudou a
compreender de outra forma o conceito de juventude e corroborou outras tantas
impressões que eu já tinha...
Antes do HiperReal,
mergulhei no 33 e em Filmefobia. O primeiro um belo filme de busca, estilo noir
cheio de suspense e ironia. E assim, tudo misturado e híbrido, uma marca na
cinematografia do diretor.
Só me resta agradecer
por essas experiências reflexivas em torno do cinema, do documentário
brasileiro e pela oportunidade que os filmes nos dão para refletir as coisas da
vida também, e porque não?
Todas
as vezes eu achei que não ia conseguir chegar ao término do processo, fiquei
com medo e aquele friozinho na barriga, mas devo dizer que tudo deu certo, o
aprendizado foi grande, acho que amadureci um pouco mais e hoje me sinto
novamente assim, mas com uma única certeza, de que os produtos audiovisuais
sempre me encantaram e sigo assim.
HiperReal
impregnou minha vida, meu olhar, meus dias.
Tomara
que eu consiga e saiba fazer o melhor com isso...
Kiko
fez coisas imprescindíveis, recentemente como Olhe para mim de novo em parceria com sua mulher Claudia Priscilla, fizeram também Vestido de Laerte, agora com uma pequena
participação como ator...
Um pouco antes disso,
algo bastante significativo ainda no campo da juventude foi o filme Fome de Viver para o SESC TV, em
parceria com o SESC Ipiranga, com meninos que não podiam revelar sua identidade
mostrando o rosto e para resolver esse impasse, Kiko sugeriu a construção de
máscaras que serviram também para protegê-los.
Enfim, são mil coisas
pululando por aí e gosto da ideia de me aproximar daquilo que não compreendo e
que me intriga. Sei que termino por sair dessas histórias com um pouco mais de clareza e a esperança de ter
contribuído de algum modo, para qualquer
pensamento um pouco mais elaborado e diverso sobre juventudes, graças ao Kiko
Goifman, cujo olhar sobre as culturas juvenis, melhorou o meu....
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