Mas, o eixo de toda a história é
a enorme vontade de sair, fugir, voar para outras paragens e novas realidades,
outras perspectivas e aprendizados, ampliar os horizontes...
Ao mesmo tempo, Rania tem plena
consciência de que é a única responsável por si mesma, por sua alegria e,
sobretudo por suas escolhas.
Nesse sentido, é extremamente
madura, determinada, ao mesmo tempo em que permanece sensível e generosa em
relação á sua família.
Mas o que chama a atenção no
filme é o quanto a personagem Raina consegue manter o foco, sua delicadeza em
afirmar a escolha pela dança como um caminho de superação.
A dança é de fato o fio condutor
da sua vida, o que alimenta e anima a existência, seu corpo e sua alma..
São belíssimas as cenas em que
ela dança, graciosamente mas com a força da sua inspiração, quase como
metáfora, um corpo que se movimenta na direção do desejo, no ímpeto de marcar
seu lugar no mundo.
O filme é isso, a história de uma
garota e sua paixão pela dança na busca por construir um universo diferente
onde seja possível ser feliz.
Trata-se de um momento especial,
a saída de uma experiência de dependência extrema, para assumir seus riscos,
ousar e cair na vida por sua própria conta.
O final da história fica em
aberto, mas eu prefiro crer que Rania tornou-se sim a dona do seu caminho,
soube se impor, soube exercer ainda mais a liberdade das escolhas, embora com
dor, como sempre são os ritos de passagem.
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