quarta-feira, 29 de maio de 2013

Somos tão jovens...



Nem tanto, mas a memória dos bons tempos permanece viva... sim, nostalgia...

Meus pais eram extremamente ecléticos no que ouviam. Talvez essa seja a maior vantagem de não conhecer tão bem as coisas, ou seja, ter a coragem de experimentar de tudo e descobrir o que as coisas significam por si mesmo....

Dentre tudo que ouvíamos, não posso esquecer, Roberto Carlos e toda a jovem guarda, é claro! As óperas e valsas de Strauss, Elis Regina, Bee Gees, Chico Buarque e a eterna Elza Soares ‘lata d’água na cabeça...’

Era uma miscelânea musical, mas eu adorava...sonhava com as canções.

Com 5 anos ganhei de um tio querido meu primeiro disco de vinil “Roberto Carlos em Ritmo de Aventura” – objeto de desejo de 10 entre 10 garotinhas da minha idade – e claro provocou muita inveja nas minhas priminhas tão queridas!

Bom, deu pra perceber que sou de uma geração que acompanhou a trajetória  do toca discos,  e suas agulhas, depois o famoso 3X1 onde podíamos empilhar até 5 discos que tocavam consecutivamente até o Cd player com suas caixinhas de som minúsculas.

E assim fui crescendo e na adolescência, ninguém me aguentava com o insistente e permanente Peter Frampton que rodava sem cansar na ‘vitrola’. Além disso tinha o imbatível Elton John e os incríveis Dire Streets, Queen, Kiss, ABBA, Carpenters, Pink Floyd, Rolling Stones, Beatles, Bob Dylan, Bob Marley e por aí afora...

Toquinho, Vinicius, Caetano, Gil, Chico, Clube da Esquina tornaram-se paixão nos anos 80. Descobri que a música feita no brasil me encantava , eu me identificava demais, passei a prestar muita atenção nos músicos, nas melodias, nas letras das canções e era assim o tempo todo, muita música na cabeça, desde de manhã, bem cedinho... e sempre e mais!

Fui criando a trilha sonora da minha vida que sempre me ajudou e continua ajudando a dar outros sentidos pras coisas do dia a dia.

Nos anos 90, muita água já tinha rolado, muita história, alegria e tristezas sem fim. Então, aconteceu algo muito impactante, a presença contundente de Cazuza que sempre me emocionou com seus lindos álbuns que eu comprava com certa dificuldade, sua música sempre irreverente e tão sensível, pura poesia. Claro que junto com Cazuza havia o frescor e a força do rock de Brasília.

Maravilha, a juventude curtindo muito... Eu era mais tímida e introspectiva, gostava do legião Urbana, combinava comigo, com as coisas que eu pensava... Nessa época eu já não era tão jovem assim, tinha por volta de 25 anos, mas muitas das minhas histórias foram embaladas pela voz incrível de Renato Russo.

Tudo que o legião cantava era verdade pra mim, as letras das canções pareciam ter sido arrancadas dos corações e mentes jovens... eram extremamente tocantes e até hoje não consigo ficar imune a elas e é incrível perceber que as gerações posteriores à morte de Renato continuam cantando loucamente suas músicas... Emocionante mesmo.

Acho que a tristeza e a angústia crescentes de Renato me contagiaram incrivelmente para sempre e não vou conseguir esquecer aquela época, a perda de cazuza, Renato e bem depois o querido Tim Maia.

Pra mim, a música ficou um pouquinho menor...

Mas a vida continuou com Wisnick, Tati, Renatos, Mônica, Nego Dito, Nelson, Toninho, Teco, Guinga, Gudin, Josés, Chicos entre tantos outros...

O que importa é que a vida continua no embalo da melhor música do mundo, a brasileira... pelo menos pra mim!

Ao assistir o filme Somos Tão jovens,  outro filme passou na minha cabeça, meu filme, minha trilha sonora. Então pensei: ‘esses caras não sabem a importância de suas canções na vida das pessoas, eles não sabem que as canções tornam as pessoas e as nossas vidas muito melhores!’

 

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