sexta-feira, 26 de abril de 2013

Menoridade Penal??? Porquê???

 
Tenho achado tudo muito difícil hoje em dia, quero dizer, as relações ou a impossibilidade delas, difícil estabelecer diálogos, difícil conviver com as diferenças, tristeza, solidão, violência... Serão os novos tempos?  Ou apenas um sentimento de nostalgia, que talvez eu devesse descartar.
Comecei a pensar em como é complicado tentar entender o que leva um jovem a matar friamente outro jovem, porque um jovem universitário atropela um jovem trabalhador e não se detém para socorrê-lo e quem sabe assim, evitar o pior...
Então penso nas famílias, nas dores, no sofrimento que resulta dessa espécie de barbárie que vivemos. Há algum tempo atrás, era comum ouvir dizer que os jovens das periferias, pobres e sem acessos representavam uma ameaça, eram quase que naturalmente agressivos e com enorme chance de praticar violência contra outras pessoas provenientes dos lugares masi privilegiados da cidade....
Idiotice pura...
Hoje tudo mudou, não existe mais a lógica cartesiana ou dicotômica com a qual pretendíamos compreender o mundo. então, o que parece é que, no que tange a violência urbana, temos que çpensar em como se estabelecem as relações no campo da cidade, com suas diferenças, em relação aos direitos civis, segurança pública, valores e por aí vai.... A violência contra os cidadãos não é proveniente dos jovens que aliás são as maiores vítimas inclusive da polícia que vem barbarizando em relação aos jovens negros e pobres principalmente, mas não só.
Em que cidade vivemos? Como os espaços se preparam para receber os meninos e meninas da cidade. Que políticas públicas são pensadas para minimizar as distâncias e injustiças?
Como os preconceitos e discriminações são praticados no cotidiano das cidades e quem são esses atores? Qual é a posição da escola, dos parques, das instituições de acolhimento dos equipamentos culturais em relação ao público juvenil? Nós acreditamos que podemos contribuir para reverter uma situação de marginalização do jovem e não apenas do jovem de baixa renda, pois o que parece é que o simples fato de ser jovem soa como uma provocação e preferimos pensar na juventude como uma espécie de doença que logo vai passar e estaremos livres desse vírus....
Sendo assim, seria imprescindível, refletirmos sobre a vida nas cidades, em todas as suas dimensões, na perspectiva da mudança e da melhoria da qualidade de vida de todas as pessoas.... Mas ao invés disso, preferimos nos organizar para lutar pela Menoridade Penal, como se aí estivesse a solução para todos os nossos problemas, como se todos os crimes fossem praticados por adolescentes, como se com a menoridade penal estivéssemos resgatando a paz social, finalmente!
Mas não nos organizamos para lutar por uma polícia menos violenta e mais qualificada, ou por mais parques na cidade, ou por uma educação de qualidade e tantas outras questões fundamentais para a vida de todos nós, sem exceção.
Enfim, parece que essa é a única forma que fomos capazes de encontrar 'educar' nossas crianças... parece muito pouco... Achamos que assim resolveremos um problema social e aplacaremos a dor das famílias que perderam seus filhos.
Me parece que por um momento, perdemos totalmente o foco da discussão...
Me sinto profundamente triste com tanta violência...
Penso no futuro, futuro???
Penso no presente.... que presente???
O que querem os jovens?
Que queremos nós?
 
 

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