segunda-feira, 14 de novembro de 2011

INHOTIM - Uma Experiência Estética

Estivemos visitando Inhotim em Brumadinho - Minas Gerais. Era uma viagem muito desejada, desde a inauguração do Museu há mais ou menos 4 anos atrás.... Na verdade, um sonho que eu sabia que seria um verdadeiro encanto... Apenas não tinha a idéia de tudo que representaria pra mim essa viagem, tão importante, desejada e singela.
Fomos até Belo Horizonte de ônibus... péssimo ônibus, muito velho, que inclusive nos deixou na mão, perdeu o freio e tivemos que ficar aguardando a chegada de um outro carro, o que atrasou nossa chegada em pelo menos duas horas. Irresponsabilidade total da empresa...
Eu só pensava em chegar.... e tudoestava bem demorado e eu ia ficando um tanto ansiosa.
afinal, eu estava determindada e queria aproveitar o tempo do melhor modo.Procurei me focar completamente na viagem, tão sonhada, ou seja, na bela experiência de visitar um museu de arte contemporânea em meio aos jardins inspirados em Burle Marx (1909-1994).
Finalmente chegamos na Rodoviária de Belo Horizonte e corremos para pegar um ônibus de linha para Brumadinho, tínhamos mais duas horas pela frente, em estrada ruim, no banco duro, carregados de malas, depois de uma noite bem mal dormida....
Mas diante de tanta vontade de chegar, lá fomos nós... Conseguimos chegar, nos dirigimos à simpática Pousada Lafevi, à quatro quilômetros do Museu, ótimo, afinal em última análise, poderíamos ir a pé! Não foi preciso, o Luiz dono do recanto nos levou...
Nem preciso dizer que não dormimos, apenas tomamos um banho quente e pé na estrada... Realmente eu não podia esperar...
Só posso dizer que foi algo deslumbrante chegar em Inhotim, não porque eu seja aspaixonada por arte contemporânea, muito ao contrário, pouco entendo dessa linguagem, mas o encantamento veio da harmonia e da interação entre natureza e arte, sem nenhuma hierarquia, mas a articulação orgânica entre as obras e galerias e a natureza esplêncida ao redor... Pura beleza! Uma experi~encia estética que nos tomou completamente, nos encheu de alegria e prazer, de surpresa pelo encontro sublime com os artistas em suas galerias e surpreendentemente por termos apreciado obras incríveis que pareciam dialogar completamente com um entorno grandioso em que a natureza envolve a idéia e complementa o conceito proposto pela obra... Só posso dizer que meu sentimento foi de encantamento.... fruição e alegria por estar ali, com as pernas doendo de tanto andar e tentar desbravar os quase 1000.000 de metros quadrados de uma área cujos mistérios envolvem grandemente todos que estiverem disponíveis para viver profundamente essa experiência estética e sobretudo aprender com ela.

A chegada já é impactante, pela beleza e o ar leve que passamos a respirar depois da odisséia que enfrentamos antes de chegar...


Os lagos são imensos espelhos d'água que refletem todo o parque, são verdes, de encher os olhos....

O obra de Cildo Meireles, um contundente exemplo de harmonia com a natureza

O artista dinamarques Olafur e nossa enorme surpresa! 

Um navio em meio a mata... Essa galeria é do Miguel Rio Branco, um trabalho chocante, assim como o surgimento dessa arquitetura no jardim...

 A caixa mágica de Oiticica, colorindo o espaço, com cores e misteriosos labirintos...

Puro Narcisismo e um susto, olha eu ali, mil vezes... (artista japonesaYayoi Kusama)

Até o 'Mikey' estava lá! Acho que ele perdeu a cabeça...(Paul McCarthy)

 A natureza se rende, o artista sabe como estar lá! (Waltércio Caldas)

Diante de tanta contemporaneidade, um pouco de tradição e pensamento zen... (O chinês Zang Huan)

Adriana Varejão, um espaço de respeito para acolher uma obra impactante, delicada e de rara sensibilidade...


Jogar essas barras de ferro, de um andaime gigante e deixá-las na posição em que cairam... Dá um certo aperto no coração. E mais uma vez a natureza que acolhe...(Chris Burden)

Depois disso tudo, é só caminhar, respirar, pensar e tentar elaborar tantos pensamentos, tanta beleza e nos percebermos dentro dessa experiência.

 Um forte, a natureza, a defesa simbólica do território.. (Chris Burden)
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Uma árvore de bronze, suspensa e segura por árvores naturais, dá pra acreditar???

Sempre uma alegria, um colorido, uma intervenção!(Jarbas Lopes)

Por onde olhamos, a beleza se impõe, e mais do que isso a surpresa do encontro...

Os corpos de Edgard de Souza

 O Som da Terra, a natureza, o vidro, a visão que embaça e depois clareia e deixa ver, ver e ouvir os sons fortes e assustadores da mineradora logo ali perto... (Doug Aitken)

                                                                                            
O Monstro de vidrode Matthew Barney
Isso é Inhotim, isso é viver Inhotim, isso significa não voltar a ser o mesmo jamais, isso representa viver uma experiência estética grandiosa...


2 comentários:

  1. Pô Lucy...
    agora, depois de ler o que escreveu e ver as imagens, me deu uma inveja! Vou colocar Inhotim no meu roteiro de próximas viagens...
    Ana

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  2. Que bom que foi lá LuLu!

    beijão! saudade

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