sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Um Lugar qualquer

O título do filme poderia ser: ‘A vida vazia de Johnny’, ou "Sem Lugar' ou 'Lugar Nenhum' trata-se de um filme extremamente silencioso, onde nada vai dar em nada. Ou seja, não espere finais avassaladores e histórias muito contagiantes... fiquei o tempo todo pensando que algo ainda ia acontecer... mas nada aconteceu...
Por isso mesmo, é um filme ousado, de extrema delicadeza, que ao meu ver exerce uma qualidade rara hoje em dia no cinema que é transmitir uma idéia por meio da imagem e quase que apenas por meio dela. Afinal, às vezes esquecemos que cinema é a arte da  imagem!
A maioria dos filmes insiste em ficar se explicando. Alguns exageram no blá, blá, blá e põem seus personagens a debater filosoficamente cada aspecto da vida... Não é o caso de ‘Um Lugar Qualquer’, as imagens são contundentes e falam por si, o desempenho da pequena atriz Elle Fanning supera as expectativas e atribui uma leveza ao filme quando tudo parece completamente perdido.
Mais uma vez, Sofia traz a complexidade das relações e a solidão humana para a cena. Segundo dizem, há algo de biográfico nesse filme. Pode ser, afinal Sofia Coppola teve que lidar desde pequena com a fama de seu pai. Eu diria que ela se saiu muito bem. Resultou numa cineasta delicada, sensível e de extremo bom gosto na abordagem dos seus temas, como vimos no ótimo ‘Encontros e Desencontros’.

Esse filme me causou certa angústia, é um filme sobre o vazio da existência de um cara que parece não saber ao que veio. A cena inicial é emblemática, ele ‘corre atrás do próprio rabo’ e assim é impossível avançar na vida.
Não gostei da atuação de Stephen Dorff como Johnny Marco. Não me senti convencida por ele, não consegui acreditar naquele seu eterno tédio.... Em resumo, não me senti provocada e muito menos tocada pelo seu personagem, fiquei apenas com pena daquele cara, mas vai ver, que a idéia era essa mesmo!


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