quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Malu de Bicicleta

Tenho para mim, que filmes brasileiros devem ser assistidos, prestigiados (se for o caso) e principalmente divulgados, quando se revelam significativos para a cinematografia brasileira. No entanto, tenho enorme resistência em relação a produções que carregam a marca ‘Globo’, sinto arrepios, me faz lembrar das novelas e acho que o ingresso de cinema é muito caro pra gente se arriscar assim. Novela é na televisão, e pronto!
De qualquer modo, gosto bastante do Marcelo Rubens Paiva, impossível pra mim, esquecer ‘Feliz Ano Velho’, lido com tanto entusiasmo e emoção na adolescência para depois vê-lo crescer como escritor, colunista e jornalista nos diferentes meios de comunicação. Sinto de fato, muito respeito por ele. Então, me imbuí de toda boa vontade e fui esperançosa assistir ‘Malu de Bicicleta’ uma adaptação do romance homônimo de Marcelo Rubens Paiva que também é roteirista do filme, que tem a direção de Flávio Ramos Tambellini
Não sei o que aconteceu... a idéia é boa, singela até, mas a abordagem e o desenvolvimento do tema não passam de mais um lugar-comum.... infelizmente tão freqüente no cinema brasileiro. Uma pena!
De resto, seria bobagem e outro lugar-comum dizer algo como: ‘o livro é sempre melhor que o filme’, besteira, afinal são coisas diferentes, não dá pra comparar. Mas sinto dizer que aquela ironia e o humor ácido tão marcantes no trabalho do escritor, realmente perdeu-se na transposição para a tela, embora ele próprio tenha participado integralmente do processo de adaptação do filme...
Enfim, temos a história de um cara mulherengo, solteiro, empresário, proprietário de uma danceteria, que quer agarrar todas as mulheres que encontrar pelo caminho, até que encontra a bela Malu, que o atropela e por quem ele se apaixona, decidindo entregar-se tão somente a ela, totalmente, estamos falando portanto de relações amorosas, sexualidade, afetos, ciúmes e traições, tudo aquilo que de algum modo enfrentamos no decorrer da vida.
O problema é que o filme se apóia em alguns estereótipos, repete clichês, com isso empobrece o drama, diminui a possibilidade reflexiva dos personagens e termina por não acrescentar muita coisa. Marcelo Serrado e Fernanda Freitas interpretam o casal apaixonado do filme, eles tentam ser maduros no relacionamento, em meio a piadinhas sem graça e divagações de gosto duvidoso, ambos apresentam uma atuação certinha, sem surpresas e assim caminham até o final. Enfim e mais uma vez, nada de realmente novo no front. E lá se foi mais um filme brasileiro...

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